ONU reúne especialistas para discutir o futuro ético e seguro da Inteligência Artificial

Oct 27 / Carlos

🌐 Duas novas estruturas globais: o Diálogo e o Painel Científico

A criação do Diálogo Global e do Painel Científico Internacional Independente sobre Inteligência Artificial foi aprovada por consenso, em agosto, por meio de uma resolução histórica.

Segundo Guterres, a decisão representa “um marco de cooperação global” que transforma as ambições do Pacto para o Futuro e do Compromisso Digital Global em ações concretas.

“O nosso objetivo é garantir que a inteligência artificial una, e não divida, colocando a humanidade no centro do progresso tecnológico”, afirmou o secretário-geral.


🧠 O Painel Científico Internacional: conhecimento como motor da governança

Composto por 40 especialistas de diferentes regiões e disciplinas, o novo Painel Científico Internacional Independente sobre IA irá fornecer avaliações imparciais e baseadas em evidências sobre os riscos, oportunidades e impactos da IA.

Cada membro será escolhido por meio de nomeação aberta , com base em excelência técnica , diversidade geográfica e equilíbrio de gênero , e terá mandato de três anos .

O painel funcionará como um verdadeiro “sistema de alerta precoce” — conectando a pesquisa científica de ponta aos debates políticos e multilaterais, e nivelando o acesso à informação entre países desenvolvidos e em desenvolvimento.


🏛️ O Diálogo Global: o novo espaço central da governança da IA

O Diálogo Global sobre a Governança da Inteligência Artificial será o principal fórum multilateral de cooperação internacional sobre o tema.

As reuniões serão anuais, alternando-se entre Nova Iorque e Genebra, e contarão com a participação de governos, empresas, universidades e organizações civis.

O fórum busca alinhar esforços nacionais e regionais , reduzir barreiras regulatórias e estimular a interoperabilidade entre diferentes sistemas, promovendo cooperação científica, econômica e tecnológica em escala global.


🚀 Da teoria à prática: um novo capítulo para a IA global

O lançamento destes dois mecanismos representa o avanço de um processo iniciado em 2020, quando o Roteiro de Cooperação Digital da ONU sugeriu a criação de um órgão multissetorial para IA.

Em 2023, o Painel Consultivo de Alto Nível sobre Inteligência Artificial apresentou recomendações que inspiraram a incorporação do tema ao Compromisso Digital Global, aprovado por chefes de Estado no Pacto para o Futuro, em setembro de 2024.

Agora, a ONU passa da formulação de princípios à implementação concreta — um exemplo de multilateralismo moderno, inclusivo e baseado na responsabilidade partilhada.


🌍 Um compromisso coletivo com o futuro


Os novos mecanismos simbolizam um compromisso histórico da comunidade internacional: garantir que a inteligência artificial reduza desigualdades, fortaleça a confiança entre nações e promova o desenvolvimento sustentável, sempre com os direitos humanos como base.

“A inteligência artificial deve ser uma força para unir a humanidade — não para a dividir”, reafirmou Guterres ao encerrar a sessão.

🌍 ONU inaugura diálogo global e cria painel científico internacional sobre Inteligência Artificial

A Assembleia Geral das Nações Unidas inaugurou nesta quinta-feira, em Nova Iorque, o Diálogo Global sobre a Governança da Inteligência Artificial (IA) — uma iniciativa inédita que reúne os 193 Estados-membros, representantes da sociedade civil, do setor privado e da comunidade científica.

O objetivo é estabelecer princípios e regras comuns para orientar o uso ético e responsável de uma das tecnologias mais transformadoras e desafiadoras do nosso tempo.

🤖 “A humanidade não pode ser deixada a um algoritmo”, alerta Guterres

Durante a sessão no Conselho de Segurança da ONU, o secretário-geral António Guterres destacou que a inteligência artificial já está a influenciar a paz e a segurança internacionais, alertando para os riscos de seu uso sem regulação.

Guterres defendeu quatro prioridades centrais:

  1. Manter o controlo humano sobre o uso da força.

  2. Construir mecanismos regulatórios globais.

  3. Proteger a integridade da informação contra manipulações e desinformação.

  4. Garantir que a inovação tecnológica sirva à humanidade.


O líder da ONU reiterou ainda o seu apelo por um acordo internacional juridicamente vinculativo até 2026, que proíba o uso de armas letais autónomas sem supervisão humana.